terça-feira, 30 de novembro de 2010
Sophia de Mello Breyner
"Quando o meu corpo apodrecer e eu for morta
continuará o jardim, o céu e o mar
e como hoje igualmente hão-de bailar
as quatro estações à minha porta.
...Outros em Abril passarão no pomar
em que tantas vezes passei,
haverá longos poentes sobre o mar,
outros amarão as coisas que eu amei
Será o mesmo brilho, a mesma festa,
será o mesmo jardim à minha porta
e os cabelos doirados da floresta
como se eu não estivesse morta.
Sophia de Mello Breyner
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