Somos nós que fazemos o destino.
Chegar à Índia ou não
é um íntimo desígnio da vontade.
Os fados a favor
e a desfavor,
são argumentos da posteridade.
O próprio génio pode estar ausente
da façanha.
Basta que nos momentos de terror
persistente,
o ânimo enfrente
a fúria de qualquer Adamastor.
O renome é o salário do triunfo.
O que é preciso, pois, é triunfar.
Nunca meia viagem consentida!
Nunca meia medida
do vinho que nos há-de embriagar!
Miguel Torga, “Vasco da Gama”
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