Vem o tempo de varejeira
entre a cortina e a vidraça.
O tempo assim à minha beira!
Que é que se passa?
E eu, que estava tão enredado
nos baraços do eternamente,
nos lacetes do já passado,
sou esfregado contra o presente.
A varejeira é nacional.
Terei, assim, de preferi-la?
Ora! É a mosca-jornal
- e já agora vou ouvi-la...
ALEXANDRE O'NEILL, in ENTRE A CORTINA E A VIDRAÇA (1972),in POESIAS COMPLETAS 1951/1986 (INCM,3ªed.,1995)
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