é o braço do abeto a bater na vidraça?
e o ponteiro pequeno a caminho da meta!
cala-te, vento velho! é o Natal que passa,
a trazer-me da água a infância ressurrecta.
da casa onde nasci via-se perto o rio.
tão novos os meus pais, tão novos no passado!
e o Menino nascia a bordo de um navio
que ficava, no cais, à noite iluminado...
ó noite de natal, que travo a maresia!
depois fui não sei quem que se perdeu na terra.
e quanto mais na terra a terra me envolvia
e quanto mais na terra fazia o norte de quem erra.
vem tu, poesia, vem, agora conduzir-me
à beira desse cais onde Jesus nascia...
serei dos que afinal, errando em terra firme,
precisam de Jesus, de mar, ou de poesia?
david mourão-ferreira
domingo, 23 de dezembro de 2012
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