«- Como estás?, é uma bela questão. Normalmente respondo - Sei lá, porque não gosto de mentir. E sei lá de facto. Umas vezes estou redondo, outras quadrado, outras cheio de picos, outras liquefeito, outras não estou sequer: deslizo por aí armado em nuvem. - Como estás?, e é impossível responder - Deslizo por aí armado em nuvem» António Lobo Antunes
Sinhá Chico Buarque e João Bosco De: Chico Buarque e João Bosco
Se a dona se banhou Eu não estava lá Por Deus Nosso Senhor Eu não olhei Sinhá Estava lá na roça Sou de olhar ninguém Não tenho mais cobiça Nem enxergo bem
Para que me pôr no tronco Para que me aleijar Eu juro a vosmecê Que nunca vi Sinhá Por que me faz tão mal Com olhos tão azuis Me benzo com o sinal Da santa cruz
Eu só cheguei no açude Atrás da sabiá Olhava o arvoredo Eu não olhei Sinhá Se a dona se despiu Eu já andava além Estava na moenda Estava para Xerém
Por que talhar meu corpo Eu não olhei Sinhá Para que que vosmincê Meus olhos vai furar Eu choro em iorubá Mas oro por Jesus Para que que vassuncê Me tira a luz
E assim vai se encerrar O conto de um cantor Com voz do pelourinho E ares de senhor Cantor atormentado Herdeiro sarará Do nome e do renome De um feroz senhor de engenho E das mandingas de um escravo Que no engenho enfeitiçou Sinhá
É comum a ideia de que os velhos são os conservadores típicos e os jovens são os inovadores. Não é bem assim. Os conservadores mais típicos são os jovens, os que querem viver mas não pensam nem têm tempo para pensar como viver e que, por isso, optam pelo modelo de vida já existente.
Tolstói em O Diabo e Outros Contos (1889-90)
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