«- Como estás?, é uma bela questão. Normalmente respondo - Sei lá, porque não gosto de mentir. E sei lá de facto. Umas vezes estou redondo, outras quadrado, outras cheio de picos, outras liquefeito, outras não estou sequer: deslizo por aí armado em nuvem. - Como estás?, e é impossível responder - Deslizo por aí armado em nuvem» António Lobo Antunes
Vou tomar um banho quente medito no banho a água deve estar muito quente tão quente que deves aguentar com dificuldade o pé dentro de água então desces o teu corpo centímetro a centímetro até que a água chegue ao pescoço lembro-me dos tectos por cima de todas as banheiras em que estive lembro-me da textura dos tectos das rachas e das cores e das lâmpadas também me lembro das banheiras nunca me sinto tanto eu mesma como quando estou dentro de um banho quente não acredito no baptismo nem nas águas do Jordão nem em nenhuma coisa desse género mas pressinto que para mim um banho quente é como a água sagrada para essas pessoas religiosas quanto mais tempo permaneço na água quente mais pura me sinto e quando me embrulho numa toalha grande branca macia sinto-me pura e fresca como um recém-nascido
Primeiro poema do primeiro livro de poesia publicado por Adília Lopes
É comum a ideia de que os velhos são os conservadores típicos e os jovens são os inovadores. Não é bem assim. Os conservadores mais típicos são os jovens, os que querem viver mas não pensam nem têm tempo para pensar como viver e que, por isso, optam pelo modelo de vida já existente.
Tolstói em O Diabo e Outros Contos (1889-90)
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