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sábado, 17 de setembro de 2011

O que queremos para os nossos filhos



Os nossos filhos são extraordinários! Nós trouxemo-los para casa, sentámo-nos e observámo-los atentamente – que pequeninos seres humanos!


Maravilhámo-nos com a perfeição de cada dedinho das mãos e dos pés, com os seus narizinhos, com as suas boquinhas de botão de rosa. Com a sua macieza, com o seu cheiro.


Acordávamos durante a noite só para ver se ainda respiravam. Amamo-los tão intensamente que saltaríamos para a frente de um autocarro para os salvar. E esse amor não desvanece nem se torna menos intenso à medida que eles crescem. Ainda nos esgueiramos para os seus quartos para os vermos a dormir, talvez para lhes acariciarmos as faces ou para lhes darmos um beijo na testa.


Se foi um dia difícil, se lhes ralhámos ou gritámos com eles, ali ficamos a sentirmo-nos culpados e a dizermos que amanhã faremos melhor, teremos mais paciência e encontraremos uma forma melhor e sussurramos “amo-te!”. E preocupamo-nos. Estaremos a fazer o suficiente enquanto pais? Estarei a fazer o suficiente ou estou a falhar em alguma coisa? A vida é tão agitada que nem sempre temos tempo para sermos os pais que gostaríamos de ser.


Depois chega Setembro e levamo-los para a escola; entramos na sala de aula e sentimos que nos estão a arrancar o coração do peito e relutamos em entregá-lo a um professor que de facto não conhecemos; e dizemos: “Aqui está! Entrego-lhe o meu coração. Por favor tome bem conta dele – é tão precioso e tão especial para mim! Não sei o que farei sem ele. Por favor, não deixe que nenhum mal lhe aconteça!”


Deixamo-lo lá e ficamos preocupados:


- aprenderão o suficiente?


- ficarão bem neste mundo?


- terão sucesso?


- farão amigos?


- serão felizes?


Por isso esperamos muito dos professores e das escolas.


Lembremo-nos que estamos todos aqui com o mesmo objectivo: nós preocupamo-nos com as crianças. Temos de criar um ambiente em que todas as crianças alcancem o sucesso.


Eu quero que a comunidade escolar dos nossos filhos acredite neles e os inspire a sonhar e os apoie quando estiverem em dificuldades; que os ensine a respeitarem-se a si próprios e a terem empatia pelos que os rodeiam. Algumas crianças aparecem neste ambiente felizes e sem maldade, outros são mais complicados e mais difíceis de conquistar.


Eu quero professores que vejam para além disso e que acreditem que os nossos filhos querem alcançar o sucesso, ser felizes e ser ouvidos e amados.


Eu quero que os meus filhos tenham professores que se envolvam, que os respeitem como indivíduos e honrem cada um deles, aprendendo com as suas capacidades e dons únicos. Eu quero professores que lhes permitam aprender pelos seus próprios meios.


Eu quero que os nossos filhos tenham professores que façam perguntas mais do que dêem respostas. Este mundo é complicado e as pessoas são seres complicados. Eles precisam de adultos que aprendam com eles mais do que lhes ensinem.


Eu quero que os nossos filhos tenham voz e que os professores a oiçam, não só as palavras que dizem mas os silêncios por trás delas; as coisas que talvez as crianças tenham medo de dizer e que apenas são ouvidas com o coração.


Ouvir atentamente é a única forma que os professores têm para ajudar os nossos filhos a sentirem-se física e emocionalmente seguros. Ajudá-los a correrem riscos porque aprender coisas novas é sempre um risco.


E, finalmente, eu quero que ensinem sempre pela modelação; que façam auto-reflexão , que procurem novos desafios, que se esforcem por aprender todos os dias.


Sim! Nós queremos muito para os nossos filhos e há uma pergunta crítica que temos de nos colocar: que podemos fazer para termos a certeza de que cada escola, cada sala de aula, cada aluno, cada criança vá conseguir? Há uma coisa que temos de compreender: não há resposta. Não há uma resposta simples. Não há uma resposta única. De facto, há provavelmente tantas respostas como professores e alunos. Que podemos fazer?


“Sê a mudança que queres ver no mundo.” Ghandi


Se isto é o que queremos para os nossos filhos, é isto que temos de fazer pelos professores:


- acreditem sempre que os professores querem o que é melhor para os nossos filhos;


- não “se encostem” pensando que alguém vai fazer por vocês – envolvam-se!


- façam por conhecer os professores dos vossos filhos; mostrem-lhes que os apoiam enquanto trabalham para os fazer alcançar o sucesso; não reajam nem fiquem na defensiva – façam perguntas; disponham-se a ouvir e atentar compreender as razões que estão por detrás das acções ou decisões;


- sejam curiosos: descubram o que os vossos filhos andam a aprender; descubram os problemas que a escola enfrenta; introduza a discussão sobre o que está e o que não está a resultar, sobre o que todos nós precisamos – com o seu filho, com o professor, com o director, com as estruturas da comunidade, com o governo.


As crianças merecem!


A mudança acontece numa pessoa de cada vez. O que vais tu fazer por isso hoje?


via
http://picosderoseirabrava.blogspot.com/


http://www.overstream.net/browse.php?browseBy=bestRated&language=8

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