Do sentimento trágico da vida
Não há revolta no homem
Que se revolta calçado.
O que nele se revolta
É apenas um bocado
Que dentro fica agarrado
À tábua da teoria.
Aquilo que nele mente
E parte em filosofia
É porventura a semente
Do fruto que nele nasce
E a sede não lhe alivia.
Revolta é ter-se nascido
Sem descobrir o sentido
Do que nos há-de matar.
Rebeldia é o que põe
Na nossa mão um punhal
Para vibrar naquela morte
Que nos mata devagar.
E só depois de informado
Só depois de esclarecido
Rebelde nu e deitado
Ironia de saber
O que só então se sabe
E não se pode contar.
Natália Correia
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