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domingo, 28 de julho de 2013

AMÊNDOA AMARGA

Este travo inteiro a amêndoa amargaA ameixa a doce a ferver no tacho

Esse travo na língua a fermentar no corpo

A febre a nascer a crescer debaixo

Em baixo a saia a subir nas coxas e esse cheiro mais grosso se entreabro

Asa pernas os lábios e o gosto onde o sabor da amêndoa se torna mais amargo

É esse o momento o instante exacto em que tudo se prende ao gesto sem sentido

A calda no ponto deixa a língua em brasa

E eu tiro pela cabeça o meu vestido


 

MARIA TERESA HORTA, in DESTINO (Quetzal, 1998), in AS PALAVRAS DO CORPO (D. Quixote, 2012)
http://youtu.be/Fo0K_n3VLG4

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