Uma rosa e Milton
De tantas gerações de inúmeras rosas
Que se perderam no fundo do tempo
Quero roubar só uma ao esquecimento,
Uma sem marca ou sinal entre as coisas
Que existiram. Oferece-me o destino
O dom de nomear pla vez primeira
Essa flor silenciosa, a derradeira
Rosa que Milton do rosto aproxima
Sem ver. Ó amarela ou tu, vermelha,
Branca rosa de um jardim apagado,
Deixa magicamente o teu passado
Imemorial, e neste verso brilha,
oiro, sangue ou marfim ou tenebrosa
Como nas suas mãos, oculta rosa.
Jorge Luís Borges
in O OUTRO, O MESMO
(1964)
quarta-feira, 17 de março de 2010
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