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segunda-feira, 1 de março de 2010

Zilda Cardoso

"Procuro entender as actuais tendências da comunicação social a respeito de política e afins, para além da experiência. Como na moda, é necessário, antes de qualquer coisa que nos ocorra, conhecer as tendências. A Internet será o sítio ideal para a investigação.

Há muitas definições para política, muito conceituadas desde Aristótoles. Escolho duas: “estudo das relações de regularidade e concordância dos factos com os motivos que inspiram as lutas em torno do poder do Estado e entre os Estados"e “ciência moral normativa do governo da sociedade civil”.

Ciência moral normativa do governo…

E para comunicação social escolho as mais modernas - "o estudo das causas, funcionamento e consequências da relação entre a sociedade e os meios de comunicação de massa…” “ Engloba os processos de informar, persuadir e entreter as pessoas. Encontra-se presente em praticamente todos os aspectos do mundo contemporâneo, evoluindo aceleradamente, regista e divulga a história e influencia a nossa rotina diária, as relações pessoais e de trabalho.

Informa, divulga, evolui rapidamente…

Porém, o que nos cabe no presente como comunicação social a respeito de política terá alguma coisa a ver com estas ideias?

Informa, esclarece... ou confunde? A forma como é feita, desfeita e refeita… a informação… os temas que aborda, apoquenta-nos verdadeiramente, porque domina a nossa rotina e impressiona as relações de modo obscuro e negativo.

A informação política já não persuade nem entretém senão uns tantos. A maioria não tem vontade de ler (porque não vai acreditar) nem de ouvir nem de ver noticiários, análises sábias, discussões em vozes que se sobrepõem sem fim, se misturam, whatsoever, wherever, whosoever, whenever…

A intensidade da nossa vida colectiva é toda feita de intrigas, denúncias, combinações e estranhos negócios, maledicências labirínticas, queixumes e conluios. Ninguém afirma seja o que for que não vá ser desdito falaciosamente argumentado. Tudo parece ter entrado em turbilhão no caldeirão do João Ratão, onde vai ser aquecido, remexido, moído, temperado a gosto e finalmente passado (num sentido forte do termo ou, talvez melhor, em todos os sentidos).

Sempre ouvi que nós, portugueses, necessitávamos de usar mais a imaginação, de usá-la de forma racional. Eu acreditei nisso e recomendei.

Mas não temos falta de imaginação. A propósito de quê ou a favor de que usaríamos mais a imaginação? Temos imaginação a mais – vivíssima, terrível, diabólica. O nosso mundo parece disforme ou está em pedaços, por excesso dessa imaginação.

Quando será passado… tudo isto que agora vivemos? (Não me refiro a nenhuma crise económica.) Teremos que nos libertar de máscaras e passar a ver e a ser vistos com claridade e simplicidade."

Recordo alguma poesia de Sophia e evoco estes seus versos:

“Esta foi sua empresa: reencontrar o limpo

Do dia primordial. Reencontrar a inteireza

Reencontrar o acordo livre e justo

E recomeçar cada coisa a partir do princípio”.

lido no blogue de Zilda Cardoso

http://zildacardoso.blogs.sapo.pt/

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