Queridos(as) leitores(as),
Há 55 segundos
segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
Sê
Foto http://zildacardoso.blogs.sapo.pt/
Sê um arbusto no vale mas sê
O melhor arbusto à margem do regato.
Sê um ramo, se não puderes ser uma árvore.
Se não puderes ser um ramo, sê um pouco de relva
E dá alegria a algum caminho.
Se não puderes ser uma estrada,
Sê apenas uma senda,
Se não puderes ser o Sol, sê uma estrela.
Não é pelo tamanho que terás êxito ou fracasso…
Mas sê o melhor no que quer que sejas.
[Pablo Neruda]
domingo, 29 de janeiro de 2012
Film: Aqui Jaz a Minha Casa - Here Rests My Home
"Definitely watch this in HD and fullscreen. Randomly found this on a digital camera blog and gave it a watch (it was only uploaded to Vimeo a few hours ago though). Some of the shots are really nice and well thought out. The thing that impressed me most was the color correction - turning an amateur short film into something that appears very professional. The storyline is pretty quirky too!"
http://www.jopfared.com/2012/01/short-film-aqui-jaz-minha-casa-here.html
http://vimeo.com/35679059
"Definitely watch this in HD and fullscreen. Randomly found this on a digital camera blog and gave it a watch (it was only uploaded to Vimeo a few hours ago though). Some of the shots are really nice and well thought out. The thing that impressed me most was the color correction - turning an amateur short film into something that appears very professional. The storyline is pretty quirky too!"
http://www.jopfared.com/2012/01/short-film-aqui-jaz-minha-casa-here.html
Aqui Jaz a Minha Casa - Here Rests My Home from Jose Lemos on Vimeo.
http://vimeo.com/35679059
Carl Sagan - 'A Glorious Dawn' ft Stephen Hawking (Symphony of Science)
http://www.youtube.com/watch?v=zSgiXGELjbc&feature=share
NEVOEIRO
(ou o meu País a entristecer...)
Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer
Brilho sem luz e sem arder,
como o que o fogo-fátuo encerra.
Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...
É a hora!
Fernando Pessoa - Mensagem
(ou o meu País a entristecer...)
Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer
Brilho sem luz e sem arder,
como o que o fogo-fátuo encerra.
Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...
É a hora!
Fernando Pessoa - Mensagem
sábado, 28 de janeiro de 2012
Jorge Luis Borges - La Ceguera (1/6)
Conferencia dictada por Jorge Luis Borges, el 3 de agosto de 1977 en el Teatro Coliseo de Buenos Aires.
http://www.youtube.com/watch?v=6f1qryPPVFI
One-Moment Meditation: "How to Meditate in a Moment"
http://www.onemomentmeditation.com/
http://www.youtube.com/watch?v=F6eFFCi12v8&context=C3425d85ADOEgsToPDskK2XXS2hb-e8u4qSJeswOlN
Não, não é cansaço...
Não, não é cansaço...
É uma quantidade de desilusão
Que se me entranha na espécie de pensar.
É um domingo às avessas
Do sentimento,
Um feriado passado no abismo...
Não, cansaço não é...
É eu estar existindo
E também o mundo,
Com tudo aquilo que contém,
Como tudo aquilo que nele se desdobra
E afinal é a mesma coisa variada em cópias iguais.
Álvaro de Campos
É uma quantidade de desilusão
Que se me entranha na espécie de pensar.
É um domingo às avessas
Do sentimento,
Um feriado passado no abismo...
Não, cansaço não é...
É eu estar existindo
E também o mundo,
Com tudo aquilo que contém,
Como tudo aquilo que nele se desdobra
E afinal é a mesma coisa variada em cópias iguais.
Álvaro de Campos
Alzheimer em 4 tempos
Vídeo institucional da Associação Holandesa de Alzheimer, mostrando a evolução da doença de Alzheimer. Sem áudio, brilha pela simplicidade e pelo poder de sintetizar os sinais da doença em menos de 1 minuto.
http://www.youtube.com/watch?v=n4lyxxeMyYc
sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
Gotye - Somebody That I Used To Know
http://conversa2.blogspot.com/
http://www.youtube.com/watch?v=6kLkx8ILSRk&feature=related
The Gift - Blindness
Forgive my blindness
Forgive my blindness
Forget my distance
I was breathing
I guess I was just breathing
So many years to tell you friend, all I needed was a good man
Forget my blindness
Forgive my blindness
Forgive my distance
Remember me
Remember my birthday remember I'm here
To take the smiles and the blows
You're more than a friend
http://www.youtube.com/watch?v=sYyJKY-32fM&feature=related
Gotye- Bronte- official film clip (HD)
http://www.youtube.com/watch?v=le34ygtODfI&feature=player_embedded#!
Jumbo - Bla Bla Bla Video Oficial Letra
Suena en mi cabeza, suena una frase
Suena en mi cabeza, esa melodía
¿Qué quiere decir? ¿Qué significa todo esto? .... No lo sé
Suena diferente, soy yo quien soy
Suena en mi tu voz y en el eco que resuena
Si el sonido transmitiera otra información
Si mis palabras dijeran algo relevante para uno solo
Bla Bla Bla significa "Te Amo"
Bla Bla Bla significa que todo está bien
Bla Bla Bla nunca pude decirte adiós
Bla Bla Bla nunca tuve el valor de pedir perdón
Rueda como rueda, la máquina, el reloj
Suena como suena, esta canción
Suena en los latidos de un corazón
Que nunca buscó una pretensión
Si mis palabras transmitieran una emoción
Y si mis palabras se desplazan solas por este renglón
Bla Bla Bla significa "Te Amo"
Bla Bla Bla significa que todo está bien
Bla Bla Bla nunca pude decirte adiós
Bla Bla Bla nunca tuve el valor de pedir perdón
Suena diferente, soy yo quien soy
Suena en mi tu voz y en el eco que resuena en los dos
Gira como gira, la vida se va
No es ser fatalistas es decir que todo tiene un final
Bla Bla Bla significa "Te Amo"
Bla Bla Bla significa que todo está bien
Bla Bla Bla nunca pude decirte adiós
Bla Bla Bla nunca tuve el valor de pedir perdón
Bla Bla Bla si este mundo está roto
Bla Bla Bla porque no lo arregla Dios
Bla Bla Bla no te juego el dedo en la boca
Con sinceridad te digo, Bla Bla Bla
CREDITOS
Dirección: Nacho Rodríguez y Gina Thorstensen
Animación: Nacho Rodríguez
"Bla Bla Bla"
Música y Letra: Clemente Castillo
Voz: Clemente Castillo
Guitarra: Flip Tamez
Bajo, Rhodes: Charly Castro
Batería, Percusiones: Beto Ramos
http://www.llorca-enriqueta.blogspot.com/
pink floyd - Scream thy last scream
Scream thy last scream old woman with a casket
Blam blam your pointers point your pointers
What'll be to crunch in your sisters
She'll be scrubbing bubbles on all fours
Scream thy last scream old woman with a casket
Fling your arms madly old lady with a daughter
Flack chap chau fauses, mouses, houses
Flittin and hittin and fittin quack quack
Watching the teley till all hours big time
Fling your arms madly old lady with a daughter
Scream thy last scream old woman with a casket
Blam blam your pointers point your pointers
What'll be coming to crunch in your sisters
She'll be scrubbing bubbles on all fours
Scream thy last scream old woman with a casket
via
http://pink-floyd-fan.blogspot.com/
http://www.youtube.com/watch?v=T4wuQwKgfp8&feature=player_embedded
SOMEBODY THAT I USED TO KNOW - GOTYE
"Somebody that I Used to Know" by Gotye!
http://www.youtube.com/watch?v=hlzf7_gpXS8
quinta-feira, 26 de janeiro de 2012
quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
Dakuwaqa's Garden - Underwater footage from Fiji & Tonga
http://hypescience.com/mergulho/
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=mcbHKAWIk3I
http://www.rtp.pt/multimediahtml/video/bom-dia-portugal/2012-01-22
22:33
Mário Pais de Oliveira
http://www.jornalfraternizar.pt.vu/
https://www.facebook.com/profile.php?id=100000399553561#!/profile.php?id=781239405
22:33
Mário Pais de Oliveira
http://www.jornalfraternizar.pt.vu/
https://www.facebook.com/profile.php?id=100000399553561#!/profile.php?id=781239405
Carl Orff - Gassenhauer
Carl Orff - Schulwerk - Musica Poetica-01-Gassenhauer nach Hans Neusiedl. Carl Orff (Múnich, 10 de julio de 1895 — Múnich, 29 de marzo de 1982). Fue un compositor alemán del Neoclasicismo musical que continuó con la corriente comenzada por Igor Stravinsky (aunque este tuvo una obra ecléctica).
http://www.youtube.com/watch?v=UZ-gTdR3oTQ&feature=player_embedded
Oscar Wilde
A man cannot be too careful in the choice of his enemies
Oscar Wilde, The Picture of Dorian Gray
v
http://www.malomil.blogspot.com/2012/01/amigoinimigo-publicoprivado.html
Oscar Wilde, The Picture of Dorian Gray
v
http://www.malomil.blogspot.com/2012/01/amigoinimigo-publicoprivado.html
Mastermind Theatre - Pictures of Audrey (Instrumental)
http://www.youtube.com/watch?v=n6VQLuDDgZo&feature=related
Sara Bareilles - Love Song
via
http://setegrausdeseparacao.blogspot.com/2011_07_01_archive.html
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=qi7Yh16dA0w
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012
Cícero - Eu não tenho um barco, disse a árvore
Cícero - Canções de Apartamento - Eu não tenho um barco, disse a árvore
http://www.youtube.com/watch?v=7DEb6gBcOO4
Head Over Heels - Slow Moving Millie
Slow Moving Millie - Head over heels
http://www.youtube.com/watch?v=eCLwGOlF7vc&feature=related
domingo, 22 de janeiro de 2012
Smooth FM
Finalmente, uma rádio que se pode (e deve) ouvir. Depois do "falecimento" da Europa FM só a Antena 2 garantia alguma música de qualidade.
A Smooth FM transmite música suave e "all that jazz" em 103.00 mhz. Aproveitem antes que acabe.
http://smoothfm.clix.pt/
http://smoothfm.clix.pt/player/flash_player.html?
A Smooth FM transmite música suave e "all that jazz" em 103.00 mhz. Aproveitem antes que acabe.
http://smoothfm.clix.pt/
http://smoothfm.clix.pt/player/flash_player.html?
INDIGNAÇÃO
INDIGNAÇÃO
(poema inédito de Hélia Correia)
O horror calou tudo, declararam.
Depois de Auschwitz
Continuámos a falar, porém – sem ambição.
Reconhecendo o inalcançável,
Baixando o olhar.
Pois o que pode a fala? Porque dizem
Que, cantada, faz de arma?
Se com ela não nos municiamos.
Se com a morte de uma Grécia antiga,
Perdemos o condão de nomear
Deuses e sentimentos até
As pequenas moléculas, enfim, nomear o real
Que, naquele caso, incluía o tremendo e a maravilha?
Esses, os que levavam para a praça
Quezílias, sim, projectos e também,
E, sobretudo, uma noção de polis
E de uma paridade vigiada,
Severamente vigiada.
Os Gregos, esses
Que narravam o medo para que o medo
Se tornasse visível, prisioneiro
Na teia do poema,
Se não compreensível, pelo menos
Transformado em espectáculo – essa Grécia,
Essa Atenas perfeita, mais perfeita
Que qualquer utopia, a rapariga
Inesperadamente transformada
Numa ruína,
Esses – que não existem
E nos deixaram assustados, sós,
Sob o sem-rosto, sós,
Sem as ferramentas adequadas,
Sem pensamento,
Sem esses deuses temperamentais
Que tomavam partido nos combates,
Nós, os abandonados, os que não
Sabem sequer como aplacar
E a quem,
Nós, os emudecidos,
Irmanados com os sem-terra, nós,
Os futuramente esfomeados,
Bárbaros com os pés no alcatrão,
Bebedores de petróleo, como pode
De novo a praça,
A Ágora, juntar-nos?
Transformados em porcos, por feitiço,
Pela malevolência,
Exactamente
Como na Odisseia,
Não sabemos
– e os Gregos esqueceram –
Como é que tal feitiço
Se desfaz?
Hélia Correia, in Público, P2 (p. 7), 21 Janeiro 2012
(poema inédito de Hélia Correia)
O horror calou tudo, declararam.
Depois de Auschwitz
Continuámos a falar, porém – sem ambição.
Reconhecendo o inalcançável,
Baixando o olhar.
Pois o que pode a fala? Porque dizem
Que, cantada, faz de arma?
Se com ela não nos municiamos.
Se com a morte de uma Grécia antiga,
Perdemos o condão de nomear
Deuses e sentimentos até
As pequenas moléculas, enfim, nomear o real
Que, naquele caso, incluía o tremendo e a maravilha?
Esses, os que levavam para a praça
Quezílias, sim, projectos e também,
E, sobretudo, uma noção de polis
E de uma paridade vigiada,
Severamente vigiada.
Os Gregos, esses
Que narravam o medo para que o medo
Se tornasse visível, prisioneiro
Na teia do poema,
Se não compreensível, pelo menos
Transformado em espectáculo – essa Grécia,
Essa Atenas perfeita, mais perfeita
Que qualquer utopia, a rapariga
Inesperadamente transformada
Numa ruína,
Esses – que não existem
E nos deixaram assustados, sós,
Sob o sem-rosto, sós,
Sem as ferramentas adequadas,
Sem pensamento,
Sem esses deuses temperamentais
Que tomavam partido nos combates,
Nós, os abandonados, os que não
Sabem sequer como aplacar
E a quem,
Nós, os emudecidos,
Irmanados com os sem-terra, nós,
Os futuramente esfomeados,
Bárbaros com os pés no alcatrão,
Bebedores de petróleo, como pode
De novo a praça,
A Ágora, juntar-nos?
Transformados em porcos, por feitiço,
Pela malevolência,
Exactamente
Como na Odisseia,
Não sabemos
– e os Gregos esqueceram –
Como é que tal feitiço
Se desfaz?
Hélia Correia, in Público, P2 (p. 7), 21 Janeiro 2012
Elucidativo
via
http://laurindaalves.blogs.sapo.pt/
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=Qe9Lw_nlFQU#!
200 países, 200 anos, 4 minutos
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=Qe9Lw_nlFQU#!
Os Golpes - "O Amor Separar-nos-á"
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=Kxj6z2yQ-ns
11 - Lady In The Red Hat - Michael Nyman
Del soundtrack de la pelicula "A Zed & Two Noughts" del año 1985.
http://www.youtube.com/watch?v=Ch5YZN8dyxY
sábado, 21 de janeiro de 2012
Willa Cather
"One cannot divine nor forecast the conditions that will make happiness; one only stumbles upon them by chance, in a lucky hour, at the world's end somewhere, and holds fast to the days, as to fortune or fame" Willa Cather
The Gift - Blindness
Forgive my blindness
Forgive my blindness
Forget my distance
I was breathing
I guess I was just breathing
So many years to tell you friend, all I needed was a good man
Forget my blindness
Forgive my blindness
Forgive my distance
Remember me
Remember my birthday remember I'm here
To take the smiles and the blows
You're more than a friend
http://www.youtube.com/watch?v=sYyJKY-32fM&feature=related
sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
BAR DO ACASO
Escrevo, decerto, por qualquer
razão inútil que não vais nunca entender.
Surgem as frases, vês, desconhecidos
que no bar do acaso encontro e são
as tuas mãos a escrever por mim.
Minto-lhes, digo que só te amo
a ti, eles riem e pedem-me pra ficar,
que sim, que a noite ainda é uma pequena
musa no breve altar venal do coração.
Fico. Dou à boca o jeito do cigarro
e é em fumo que transformo o corredor
de imagens, metáforas, pequenos desvios de
ritmo mais pobre ou queda sempre a pique
em sentido nenhum. Às vezes, sabes, é mais
difícil descobrir que o amor, como o cigarro,
quando se acende é que começa
a iluminar o fim.
Rui Filipe Morais Aguiar da Costa
http://crebas.blogaliza.org/2012/01/20/poemas-xxix-%C2%ABbar-do-acaso%C2%BB-de-rui-costa/
“O livro sólido, com peso de papel manchado de tinta, continuará a ter sentido enquanto usarmos as mãos que ainda temos”,
http://www.pnetliteratura.pt/
razão inútil que não vais nunca entender.
Surgem as frases, vês, desconhecidos
que no bar do acaso encontro e são
as tuas mãos a escrever por mim.
Minto-lhes, digo que só te amo
a ti, eles riem e pedem-me pra ficar,
que sim, que a noite ainda é uma pequena
musa no breve altar venal do coração.
Fico. Dou à boca o jeito do cigarro
e é em fumo que transformo o corredor
de imagens, metáforas, pequenos desvios de
ritmo mais pobre ou queda sempre a pique
em sentido nenhum. Às vezes, sabes, é mais
difícil descobrir que o amor, como o cigarro,
quando se acende é que começa
a iluminar o fim.
Rui Filipe Morais Aguiar da Costa
http://crebas.blogaliza.org/2012/01/20/poemas-xxix-%C2%ABbar-do-acaso%C2%BB-de-rui-costa/
“O livro sólido, com peso de papel manchado de tinta, continuará a ter sentido enquanto usarmos as mãos que ainda temos”,
http://www.pnetliteratura.pt/
QUALQUER VIBRAÇÃO SE INICIA
Quando se abre uma concha
e nasce um grão de areia
ou uma planta estremece
qualquer vibração se inicia
e esta fina membrana
que nos separa de tudo
dá-nos renovadamente
o horizonte em que navegamos
O leme a talhar as rotas
entre os astros
os navios a saltar as ondas
como peixes metálicos
na polpa do poema
JM
João Do Carmo
Quando se abre uma concha
e nasce um grão de areia
ou uma planta estremece
qualquer vibração se inicia
e esta fina membrana
que nos separa de tudo
dá-nos renovadamente
o horizonte em que navegamos
O leme a talhar as rotas
entre os astros
os navios a saltar as ondas
como peixes metálicos
na polpa do poema
JM
João Do Carmo
John Lennon, Plastic Ono Band, Full Album (HQ)
Track Listing And Times
00:00 - Mother
05:36 - Hold On
07:30 - I Found Out
11:07 - Working Class Hero
14:58 - Isolation
17:51 - Remember
22:34 - Love
25:52 - Well,Well,Well
31:52 - Look At Me
34:46 - God
38:56 - My Mummy's Dead
http://www.youtube.com/watch?v=0m5aRpQmiGc&feature=related
Marilyn Crispell - Cuida Tu Espiritu - Photos by Sue Robertson
http://www.riffsstrides.blogspot.com/
http://www.pbase.com/srobertson/root
http://www.youtube.com/watch?v=ClBSWsZnKqg&feature=share
Marilyn Crispell - performs "Dear Lord"
The brilliant Marilyn Crispell performing John Coltrane's, "Dear Lord"
Jethro Tull - Thick as a Brick
Album: Thick as a Brick (1972)
Genre: Prog Folk
http://www.youtube.com/watch?v=i7ts-n87f0Y
Mad World Gary Jules and Curt Smith (Tears for Fears) Exclusive duo
http://www.youtube.com/watch?v=3b1OwCG8WN8&feature=fvwrel
Reebok präsentiert: Nneka LIVE mit "Valley"
http://www.youtube.com/watch?feature=endscreen&v=mdO6nCZhloI&NR=1
http://www.youtube.com/watch?v=pL_NNgMIaj4&feature=relmfu
Monsieur Monod não sabe cantar
Monsieur Monod não sabe cantar
tradução de Angélica Freitas
meu querido
me lembro de ti como a melhor canção
essa apoteose de galos e estrelas que já não és
que já não sou que já não seremos
e contudo sabemos muito bem ambos
que falo pela boca pintada do silêncio
com agonia de mosca
no final do verão
e por todas as portas mal fechadas
conjurando ou chamando esse vento aleivoso da memória
esse disco arranhado antes de usar
tingido segundo o humor do tempo
e suas velhas doenças
ou de vermelho
ou de preto
como um rei em desgraça na frente do espelho
na véspera
e amanhã e depois de amanhã e sempre
noite que te precipitas
(assim deveria dizer a canção)
carregada de presságios
cadela insaciável (un peu fort)
mãe esplêndida (plus doux)
parideira e descalça sempre
para não ser escutada pelo néscio que em ti crê
para melhor esmagar o coração
do desvelado
que se atreve a ouvir o passo arrastado
da vida
da morte
uma casca de mosquito uma torrente de plumas
uma tempestade num copo de vinho
um tango
a ordem altera o produto
erro do maquinista
podre técnica continuar vivendo tua história
ao contrário como no cinema
um sonho grosso
e misterioso que se adelgaça
the end is the beginning
uma luzinha vacilante como a esperança
cor de clara de ovo
com cheiro de peixe e más intenções
obscura boca-de-lobo que te leva
de Cluny ao Parque Salazar
esteira rolante tão veloz e tão negra
que já não sabes
se és ou te fazes de vivo
ou de morto
e sim uma flor de ferro
como um último bocado torto e sujo e lento
para melhor devorar-te
meu querido
adoro tudo o que não é meu
tu por exemplo
com tua pele de asno sobre a alma
e essas asas de cera que te dei
e que jamais te atreveste a usar
não sabes como me arrependo de minhas virtudes
já não sei o que fazer com a minha coleção de chaves falsas
e mentiras
com minha indecência de menino que deve terminar este conto
agora já é tarde
porque a recordação como as canções
a pior a que quiseres a única
não resiste a outra página em branco
e não tem sentido que eu esteja aqui
destruindo
o que não existe
meu querido
apesar disso
tudo continua igual
o arrepio filosófico depois do chuveiro
o café frio o cigarro amargo O Lodo Verde
no Montecarlo
continua livre para todos os públicos a vida perdurável
intacta a estupidez das nuvens
intacta a obscenidade dos gerânios
intacta a vergonha do alho
os pardaizinhos cagando divinamente em pleno céu
de abril
Mandrake criando coelhos em algum círculo
do inferno
e sempre a patinha de caranguejo presa
na trapaça do ser
ou do não ser
ou de não quero isto mas aquilo
tu sabes
essas coisas que nos acontecem
e que devem ser esquecidas para que existam
por exemplo a mão com asas
e sem mão
a história do canguru – aquela da bolsa ou a vida –
ou a do capitão preso na garrafa
para sempre vazia
e o ventre vazio mas com asas
e sem ventre
tu sabes
a paixão a obsessão
a poesia a prosa
o sexo o êxito
ou vice-versa
o vazio congênito
o ovinho pintado
entre milhões e milhões de ovinhos pintados
tu e eu
you and me
toi and moi
tea for two na imensidão do silêncio
no mar intemporal
no horizonte da história
porque ácido ribonucleico somos
mas ácido ribonucleico apaixonado sempre
Blanca Varela
§
http://revistamododeusar.blogspot.com/2011/09/pequeno-artigo-no-jornal-o-globo-sobre.html
http://revistamododeusar.blogspot.com/2011/09/pequeno-artigo-no-jornal-o-globo-sobre.html
http://revistamododeusar.blogspot.com/2009/05/blanca-varela-1926-2009.html
tradução de Angélica Freitas
meu querido
me lembro de ti como a melhor canção
essa apoteose de galos e estrelas que já não és
que já não sou que já não seremos
e contudo sabemos muito bem ambos
que falo pela boca pintada do silêncio
com agonia de mosca
no final do verão
e por todas as portas mal fechadas
conjurando ou chamando esse vento aleivoso da memória
esse disco arranhado antes de usar
tingido segundo o humor do tempo
e suas velhas doenças
ou de vermelho
ou de preto
como um rei em desgraça na frente do espelho
na véspera
e amanhã e depois de amanhã e sempre
noite que te precipitas
(assim deveria dizer a canção)
carregada de presságios
cadela insaciável (un peu fort)
mãe esplêndida (plus doux)
parideira e descalça sempre
para não ser escutada pelo néscio que em ti crê
para melhor esmagar o coração
do desvelado
que se atreve a ouvir o passo arrastado
da vida
da morte
uma casca de mosquito uma torrente de plumas
uma tempestade num copo de vinho
um tango
a ordem altera o produto
erro do maquinista
podre técnica continuar vivendo tua história
ao contrário como no cinema
um sonho grosso
e misterioso que se adelgaça
the end is the beginning
uma luzinha vacilante como a esperança
cor de clara de ovo
com cheiro de peixe e más intenções
obscura boca-de-lobo que te leva
de Cluny ao Parque Salazar
esteira rolante tão veloz e tão negra
que já não sabes
se és ou te fazes de vivo
ou de morto
e sim uma flor de ferro
como um último bocado torto e sujo e lento
para melhor devorar-te
meu querido
adoro tudo o que não é meu
tu por exemplo
com tua pele de asno sobre a alma
e essas asas de cera que te dei
e que jamais te atreveste a usar
não sabes como me arrependo de minhas virtudes
já não sei o que fazer com a minha coleção de chaves falsas
e mentiras
com minha indecência de menino que deve terminar este conto
agora já é tarde
porque a recordação como as canções
a pior a que quiseres a única
não resiste a outra página em branco
e não tem sentido que eu esteja aqui
destruindo
o que não existe
meu querido
apesar disso
tudo continua igual
o arrepio filosófico depois do chuveiro
o café frio o cigarro amargo O Lodo Verde
no Montecarlo
continua livre para todos os públicos a vida perdurável
intacta a estupidez das nuvens
intacta a obscenidade dos gerânios
intacta a vergonha do alho
os pardaizinhos cagando divinamente em pleno céu
de abril
Mandrake criando coelhos em algum círculo
do inferno
e sempre a patinha de caranguejo presa
na trapaça do ser
ou do não ser
ou de não quero isto mas aquilo
tu sabes
essas coisas que nos acontecem
e que devem ser esquecidas para que existam
por exemplo a mão com asas
e sem mão
a história do canguru – aquela da bolsa ou a vida –
ou a do capitão preso na garrafa
para sempre vazia
e o ventre vazio mas com asas
e sem ventre
tu sabes
a paixão a obsessão
a poesia a prosa
o sexo o êxito
ou vice-versa
o vazio congênito
o ovinho pintado
entre milhões e milhões de ovinhos pintados
tu e eu
you and me
toi and moi
tea for two na imensidão do silêncio
no mar intemporal
no horizonte da história
porque ácido ribonucleico somos
mas ácido ribonucleico apaixonado sempre
Blanca Varela
§
http://revistamododeusar.blogspot.com/2011/09/pequeno-artigo-no-jornal-o-globo-sobre.html
http://revistamododeusar.blogspot.com/2011/09/pequeno-artigo-no-jornal-o-globo-sobre.html
http://revistamododeusar.blogspot.com/2009/05/blanca-varela-1926-2009.html
Rui Veloso - Auto da Pimenta - País do Gelo
http://www.youtube.com/watch?v=CGEe_3PQjnI&feature=related
Raindrops Keep Falling On My Head - Tradução e legendas em português..mp4
http://www.youtube.com/watch?v=0QIMBoYKaYc
Já Não Dá
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=LhkZCZAQV5k
http://besttugarap.blogspot.com/
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
"Transit Interminable"
"Expresso o sono de regressos torres
destruídas na base
pausas
submetido ao semblante ao corpo ao tempo
de passagens aranhas aviões
e a morte
o planeta
expresso o tempo de reflexos falsos
a mágoa de contactos passageiros
de pactos de ruídos e de assaltos"
Gastão Cruz "Os Nomes"
http://vimeo.com/34374086
http://networkedblogs.com/sSv8c
destruídas na base
pausas
submetido ao semblante ao corpo ao tempo
de passagens aranhas aviões
e a morte
o planeta
expresso o tempo de reflexos falsos
a mágoa de contactos passageiros
de pactos de ruídos e de assaltos"
Gastão Cruz "Os Nomes"
http://vimeo.com/34374086
http://networkedblogs.com/sSv8c
quarta-feira, 18 de janeiro de 2012
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
CANTORAS DO RÁDIO - TRAILER
Documentário sobre as cantoras do rádio Carmélia Alves, Carminha Mascarenhas, Ellen de Lima e Violeta Cavalcante e os anos dourados da Rádio no Brasil.
http://www.youtube.com/watch?v=__r8N5qKI84&feature=player_embedded
Universidade dos Pés-Descalços
"Em Rajasthan, na Índia, uma escola extraordinária ensina mulheres e homens do meio rural - muitos deles analfabetos - a tornarem-se engenheiros solares, artesãos, dentistas e médicos nas suas próprias aldeias. Chama-se Universidade dos Pés-Descalços, e o seu fundador, Bunker Roy, explica como funciona."
via
http://persuaccao.blogspot.com/
via
http://persuaccao.blogspot.com/
O beijo
´
Vox - Margarida Cardeal // Poema - José Luís Peixoto // Som/Música - Sebenta
In "O Beijo" (Sebenta, 2006)
http://www.penelopeandpip.com/2012/01/15/get-crafty-diy-wrapped-bottles/
Vox - Margarida Cardeal // Poema - José Luís Peixoto // Som/Música - Sebenta
In "O Beijo" (Sebenta, 2006)
http://www.penelopeandpip.com/2012/01/15/get-crafty-diy-wrapped-bottles/
Os maus exemplos vêm “de cima”
Os maus exemplos vêm “de cima”
Baptista Bastos
A dr.ª Manuela Ferreira Leite, eivada daquela caridade cristã que define o seu doce coração, disse, na SIC Notícias, num curioso programa dirigido por Ana Lourenço, que os doentes com mais de 70 anos, devem pagar hemodiálise. Infere-se, por oposição, o seguinte: quem não tiver dinheiro, que morra!, sobretudo a partir dos 70. Nessa altura, já cá não fazem falta nenhuma. Um pouco assustado, António Barreto confessou ter aquela idade fatal. E, mesmo sem o dizer, o dr. Balsemão tem mais de 70. Os celtas resolviam a questão com a presteza de quem não tem tempo a perder: atiravam os velhos dos penhascos.
Aqui, corta-se nos vencimentos dos reformados, aumentam-se as taxas moderadoras e até os enterros estão mais caros, devido aos impostos. A dr.ª Manuela tem dito coisas que bradam aos céus. Aquela declaração foi uma delas. Já antes, a fim de se pôr uma certa ordem no caos português sugerira a interrupção, por modestos seis meses, da democracia. A senhora esteve à beira de se tornar presidente do PSD e, por decorrência, acaso as bússolas da fortuna andassem avariadas, primeira-ministra. Que susto!, embora este, em que vivemos, não seja menor.
"Contra-Corrente" é o nome do programa em referência, no qual um luminoso conjunto de sábios discreteia sobre o nosso mundo e os nossos destinos. Devo dizer aos meus pios leitores que aguardei, arfante de curiosidade, a opinião dos preopinantes. Nada que as pessoas não soubessem. Com este tipo de programação, repetitiva e inócua, a Impresa não vai lá. Com excepção de Sobrinho Simões, que foi dizendo coisas válidas por acertadas, os outros debitaram mais do mesmo que todos dizem. Até António Barreto só disse banalidades. Vitorino, coitado!, é uma irrelevância.
O tropo que interessava seria a discussão sobre a promiscuidade entre política, negócios e partidarite. A ida em massa, para a administração da EDP, de militantes destacados do PSD e do CDS mereceu umas desatenções embargadas. Entretanto, soube-se que, para a empresa Águas de Portugal, vão dois militantes do PSD. As coisas são como são, mas não deveriam sê-lo, após as veementes declarações de princípio do dr. Passos Coelho, que se antagonizava com os "jobs" concedidos pelo PS aos seus "boys." Na realidade, estamos fartos desta vilanagem endémica. A política tornou-se a questão central do regime; mas, em vez de se abordar e analisar o problema, as minudências transformam-se em campanha de jornais, como o assunto da Maçonaria.
Pleitear-se a causa de que os detentores de cargos públicos terão de revelar as suas opções filosóficas pode abrir a caixa de Pandora, cujos resultados são imprevisíveis. Só a alusão a esta dissimulada caça à bruxas faz arrepiar. É claro que este fogacho não passa de isso mesmo: um fogacho (como o espaço atribuído a Paco Bandeira, um caso doméstico, com a importância menor que a sua própria natureza merece) para remover das cabeças das pessoas os tormentos que as apoquentam. O jornalismo português entrou numa fase degenerativa perturbadora. A impreparação demonstrada pelos seus empregados é de fugir. Não se trata de jornalistas, embora, certamente, todos agitem como credencial os níveis das graduações. Seria impensável, perante as situações políticas vigentes, as afirmações insanas de altos dirigentes partidários e a pouca-vergonha a que se assiste, no regabofe das nomeações - que uma Imprensa responsável e decente estivesse calada. Mas está.
Pergunto-me e os meus velhos amigos e camaradas perguntam-se: que ensinam, nos cursos de jornalismo, a estes jovens? Tornou-se moda, nas televisões, sem excepção, tratar as pessoas pelo primeiro nome, modo abusivo de se forçar uma intimidade tão absurda, como irrespeitosa, por despropositada. Assim como esta falsa familiaridade está longe de corresponder à teia reticular de afecto, necessária entre receptor e mensageiro, a preguiça no estudo, o desleixo pelo idioma, a ignorância impante fornecem um retrato muito poço lisonjeiro do jornalismo que se pratica.
Os exemplos provindos "de cima" são de molde a fugirmos deles a sete pés. A cultura do facilitismo, do dinheiro e do mais feroz individualismo parece ter adquirido carta de alforria. Quando se fazem exigências atrozes aos sectores mais débeis da sociedade portuguesa, e se tornam públicos os vencimentos faraónicos de alguns sujeitos, procedentes dos partidos "de poder", tudo é permitido. Como se diz nos "Irmãos Karamazov", de Dostoievski. W
b.bastos@netcabo.pt
Woody Guthrie - Jolly Banker
Woody Guthrie - Jolly Banker
Jolly Banker
by Woody Guthrie
My name is Tom Cranker and I'm a jolly banker,
I'm a jolly banker, jolly banker am I.
I safeguard the farmers and widows and orphans,
Singin' I'm a jolly banker, jolly banker am I.
When dust storms are sailing, and crops they are failing,
I'm a jolly banker, jolly banker am I.
I check up your shortage and bring down your mortgage,
Singin' I'm a jolly banker, jolly banker am I.
When money you're needing, and mouths you are feeding,
I'm a jolly banker, jolly banker am I.
I'll plaster your home with a furniture loan,
Singin' I'm a jolly banker, jolly banker am I.
If you show me you need it, I'll let you have credit,
I'm a jolly banker, jolly banker am I.
Just bring me back two for the one I lend you,
Singin' I'm a jolly banker, jolly banker am I.
When your car you're losin', and sadly your cruisin',
I'm a jolly banker, jolly banker am I.
I'll come and forclose, get your car and your clothes,
Singin' I'm a jolly banker, jolly banker am I.
When the bugs get your cotton, the times they are rotten,
I'm a jolly banker, jolly banker am I.
I'll come down and help you, I'll rake you and scalp you,
Singin' I'm a jolly banker, jolly banker am I.
When the landlords abuse you, or sadly misuse you,
I'm a jolly banker, jolly banker am I.
I'll send down the police chief to keep you from mischief,
Singin' I'm a jolly banker, jolly banker am I.
http://www.youtube.com/watch?v=NdyLb7ouXUU&feature=share
duas ou três...
As árvores na Avenida Montevideu
http://zildacardoso.blogs.sapo.pt/
http://duas-ou-tres.blogspot.com/
In the mood for love(2000): Yumeji's theme
In The Mood
El Trío Chikiboom
http://www.youtube.com/watch?v=23oBMOvt85o
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
Chet Baker - My Funny Valentine - Torino 1959
version originale de "my funny valentinne" interpretrée par Chet Backer
Paul Verlaine
'How far away now is all that lightness
And all that innocence! Ah, backwards yet,
From black winter fled, to the Springtime of regret,
From my disgust, my boredom, my distress.' -Paul Verlaine
And all that innocence! Ah, backwards yet,
From black winter fled, to the Springtime of regret,
From my disgust, my boredom, my distress.' -Paul Verlaine
This immortal coil "red queen"
https://www.youtube.com/watch?v=qIplFI5rksU&feature=related
Glenmorangie Scotch
Bonnie "Prince" Billy - Lion Lair
https://www.youtube.com/watch?v=1ejMNWo8MdU&feature=player_embedded
"Acrescenta um Conto"
"Já é bom ver uma reportagem com a qualidade a que a jornalista Miriam Alves nos habituou, e nestas coisas não há como estarmos bem habituados, mas juntar a isso uma tal quantidade de esperança no futuro é um feito sem igual nestes dias tão sombrios. Acrescenta um Conto, a reportagem de Miriam Alves que passou ontem à noite no telejornal da Sic, mostra a pequena-grande revolução que uma professora de Vizela levou a cabo com uma pasta de contos e um pedido para que alunos e pais os lessem em conjunto. Vejam-na a partir do minuto 36 (e depois digam lá se não ficaram com vontade de agarrar em meia dúzia de livros bem escolhidos e de os ir ler em voz alta pela rua fora, pelos cafés, pelas repartições…)."
Aos 37", Acrescenta um Conto, a reportagem de Miriam Alves
http://cadeiraovoltaire.wordpress.com/2012/01/16/coisas-que-nos-dao-muito-mais-esperanca-do-que-os-graficos-da-bolsa-quando-fingem-subir/
http://cadeiraovoltaire.wordpress.com/
Aos 37", Acrescenta um Conto, a reportagem de Miriam Alves
http://cadeiraovoltaire.wordpress.com/2012/01/16/coisas-que-nos-dao-muito-mais-esperanca-do-que-os-graficos-da-bolsa-quando-fingem-subir/
http://cadeiraovoltaire.wordpress.com/
The Gist - Love at First Sight
I was waiting at the station,
When your train came in,
Wasn't you I was tiptoeing for,
But you gave me a grin
Felt my heart in my throat,
Felt my soul going out to you,
Could this be love at first sight?
I just didn't know
I just didn't know...
Don't you feel insecure,
All about your love for me?
There's nothing I adore,
More than a fake ugly day
http://www.youtube.com/watch?v=Kc0SXW1fd6U
sábado, 14 de janeiro de 2012
sexta-feira, 13 de janeiro de 2012
quarta-feira, 11 de janeiro de 2012
Dead Combo
"Ouvi o Texto Muito ao Longe", de Dead Combo. Camané lê o texto, de Sérgio Godinho.
http://www.youtube.com/watch?v=9QRtHjbEF-g
http://deadcombo.bandcamp.com/album/vol-2-quando-a-alma-n-o-pequena
http://pirateshouse.site11.com/blog/dead-combo-lisboa-mulata-2011/
http://www.firstpost.com/topic/person/pimp-c-dead-combo-c-camane-sergio-godinho-ouvi-o-texto-mui-video-p3LUachqCh8-21942-1.html
http://paragrafopontofinal.wordpress.com/
terça-feira, 10 de janeiro de 2012
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
UM POVO IMBECILIZADO E RESIGNADO...
"Um povo imbecilizado e resignado,
humilde e macambúzio,
fatalista e sonâmbulo,
burro de carga,
besta de nora,
aguentando pauladas,
sacos de vergonhas,
feixes de misérias,
sem uma rebelião,
um mostrar de dentes,
a energia dum coice,
pois que nem já com as orelhas
é capaz de sacudir as moscas;
um povo em catalepsia ambulante,
não se lembrando nem donde vem,
nem onde está,
nem para onde vai;
um povo, enfim,
que eu adoro,
porque sofre e é bom,
e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso
da alma nacional,
reflexo de astro em silêncio escuro
de lagoa morta (...) Uma burguesia,
cívica e politicamente corrupta ate à medula, não descriminando já o bem do mal,
sem palavras,
sem vergonha,
sem carácter,
havendo homens
que, honrados (?) na vida íntima,
descambam na vida pública
em pantomineiros e sevandijas,
capazes de toda a veniaga e toda a infâmia,
da mentira à falsificação,
da violência ao roubo,
donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral,
escândalos monstruosos,
absolutamente inverosímeis no Limoeiro (...) Um poder legislativo,
esfregão de cozinha do executivo;
este criado de quarto do moderador;
e este, finalmente, tornado absoluto
pela abdicação unânime do país,
e exercido ao acaso da herança,
pelo primeiro que sai dum ventre
- como da roda duma lotaria.
A justiça ao arbítrio da Política,
torcendo-lhe a vara
ao ponto de fazer dela saca-rolhas; Dois partidos (...),
sem ideias,
sem planos,
sem convicções,
incapazes (...)
vivendo ambos do mesmo utilitarismo
céptico e pervertido, análogos nas palavras,
idênticos nos actos,
iguais um ao outro
como duas metades do mesmo zero,
e não se amalgamando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento,
de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar (...)"
Guerra Junqueiro, in "Pátria", escrito em 1896
Believe- Bored de World is Round (2011).wmv
http://www.youtube.com/watch?v=A5sxK8rKzy0&feature=related
Mike & The Mechanics - The living Years
http://www.youtube.com/watch?v=uGDA0Hecw1k
http://www.musikki.com/musikki.php?search=Mike and the Mechanics
domingo, 8 de janeiro de 2012
Mergulha nos Sonhos
mergulha nos sonhos
ou um lema pode ser teu aluimento
(as árvores são as suas raízes
e o vento é o vento)
confia no teu coração
se os mares se incendeiam
(e vive pelo amor
embora as estrelas para trás andem)
honra o passado
mas acolhe o futuro
(e esgota no bailado
deste casamento a tua morte)
não te importes com o mundo
com quem faz a paz e a guerra
(pois deus gosta de raparigas
e do amanhã e da terra)
E.E. Cummings
in "livrodepoemas"
ou um lema pode ser teu aluimento
(as árvores são as suas raízes
e o vento é o vento)
confia no teu coração
se os mares se incendeiam
(e vive pelo amor
embora as estrelas para trás andem)
honra o passado
mas acolhe o futuro
(e esgota no bailado
deste casamento a tua morte)
não te importes com o mundo
com quem faz a paz e a guerra
(pois deus gosta de raparigas
e do amanhã e da terra)
E.E. Cummings
in "livrodepoemas"
Anita Mui Anita - Pela estrada solitária
Anita - onto the lonely road
I go alone to explore my way alone a road Oh ...
Lonely ear full of light within Who is encouraged
I want to sing my heart I have committed to spectrum travels long road Oh ...
Wing hearts beat proudly with the solo did not stop
What date did not want to end tube Ah ...
I have the confidence to go alone but covered with road road Oh ...
Road is still my lonely road when the song dance with my shadow
Alone is a painful way to go but I am also proud
Bursts of rain shed tears in front of children dance with the wind, rain
Even if every day I believe I will fall even better Oh ...
Mind from the pain, but revealed no possible appeal
Wind in the thin film leisurely self-care Oh ...
I have the confidence to go alone but covered with road road Oh ...
Road is still my lonely road when the song dance with my shadow
Alone is a painful way to go but I am also proud
Bursts of rain shed tears in front of children dance with the wind, rain
Even if every day I believe I will fall even better Oh ...
Mind from the pain, but revealed no possible appeal
Wind in the thin film leisurely self-care Oh ...
I have the confidence to go alone but covered with road road Oh ...
Road is still my lonely road when the song dance with my shadow
I go alone to explore my way alone a road Oh ...
Ask who I go with my lonely way, when the song dance with my shadow
http://www.musikki.com/musikki.php?search=Anita Mui
sábado, 7 de janeiro de 2012
A Toy Love Story That Will Make You Cry (HD)
O que acontece quando um robô velho se apaixona uma boneca bonita?
The Lost Prince
Song Title: The Lost Prince
Album: The Lost Prince [OST - 2003]
Artist: Adrian Johnston
http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_people_with_epilepsy
Digital lighting
Luca Agnani :: Showreel 2011 :: Digital lighting, 3d & visual mapping from luca.agnani on Vimeo.
http://www.pontydysgu.org/
A Dança e a Alma
A dança? Não é movimento,
súbito gesto musical
É concentração, num momento,
da humana graça natural.
No solo não, no éter pairamos,
nele amaríamos ficar.
A dança - não vento nos ramos:
seiva, força, perene estar.
Um estar entre céu e chão,
novo domínio conquistado,
onde busque nossa paixão
libertar-se por todo lado...
Onde a alma possa descrever
suas mais divinas parábolas
sem fugir a forma do ser,
por sobre o mistério das fábulas.
Carlos Drummond de Andrade
via
http://photo-perception.blogspot.com/search/label/Dança
súbito gesto musical
É concentração, num momento,
da humana graça natural.
No solo não, no éter pairamos,
nele amaríamos ficar.
A dança - não vento nos ramos:
seiva, força, perene estar.
Um estar entre céu e chão,
novo domínio conquistado,
onde busque nossa paixão
libertar-se por todo lado...
Onde a alma possa descrever
suas mais divinas parábolas
sem fugir a forma do ser,
por sobre o mistério das fábulas.
Carlos Drummond de Andrade
via
http://photo-perception.blogspot.com/search/label/Dança
Mia Couto
"Quem manda, afinal, são sempre outros. Esses outros assinam com o nome genérico de «o mercado». Nunca as televisões deram tanto espaço ao que dizem os donos dos bancos. A fronteira entre o carácter nacional ou internacional destas instituições bancárias esbateu-se mais do que as categorias de «esquerda» e «direita». E vamos percebendo que algo de divindade devem ter esses grandes banqueiros porque estão acima das crises e porque debatem algo que se afastou do domínio dos comuns mortais: o futuro. Já que mandam mais do que os governos, devia haver eleições para os donos dos bancos. Haja democracia!"
Mia Couto - escritor moçambicano
Mia Couto - escritor moçambicano
La niña de alta mar
a menina do alto-mar, um belo conto de Supervielle animação que interpreta magistralmente...
Cortometraje de Laetitia Gabrielli, Pierre Marteel, Mathieu Renoux and Max Tourret. Música de René Aubry.
Passeamos por cidades insensatas como robôs. Vamos de um sexo a outro para chegar sempre à mesma casa. Falamos mais ou menos as mesmas coisas, com algumas ligeiras variações. Comemos vegetais ou animais, mas nunca mais do que os disponíveis: em nenhum lugar nos servem a Ave do Paraíso ou a Rosa dos Ventos. Ficamos felizes com aventuras que um computador reduziria a dez ou doze situações ordinárias. A vida seria então, contra tudo o que dizem, a causa de sua chatice, longa demais? Que importância tem viver um ou cem anos? Como o recém-nascido, nada vamos deixar. Como o centenário, nada levaremos, nem a roupa suja, nem o tesouro. Alguns deixarão uma obra, é verdade. Será lindamente editada. Logo, curiosidade de algum colecionador. Mais tarde, citação de um erudito. No fim, algo menos que um nome: uma ignorância.
De Julio Ramón Ribeyro, maior prosador do Peru [1929-1994]. Tirado do belo conjunto de aforismos, miniensaios filosóficos e notas biográficas Prosas Apátridas, Seix Barral [2009]. Trad. RB.
via
http://impostor.wordpress.com/tag/pra-que-escrever/
http://www.lastfm.com.br/music/Roy+Orbison/_/You+Got+It
De Julio Ramón Ribeyro, maior prosador do Peru [1929-1994]. Tirado do belo conjunto de aforismos, miniensaios filosóficos e notas biográficas Prosas Apátridas, Seix Barral [2009]. Trad. RB.
via
http://impostor.wordpress.com/tag/pra-que-escrever/
http://www.lastfm.com.br/music/Roy+Orbison/_/You+Got+It
Julio Ramón Ribeyro
«A certa idade, que varia segundo as pessoas mas que se situa por volta dos quarenta, a vida começa a parecer-nos insípida, lenta, estéril, sem atractivos, repetitiva, como se cada dia não fosse senão o plágio do anterior. Algo em nós se apaga: entusiasmo, energia, capacidade de fazer planos, espírito de aventura ou simplesmente apetite de prazer, de invenção ou de risco. É o momento de fazer uma paragem, reconsiderar a vida sob todos os seus aspectos e tentar tirar partido das suas fraquezas. Momento de suprema eleição, pois trata-se, na realidade, de escolher entre a sabedoria e a estupidez.»
Julio Ramón Ribeyro, in Prosas Apátridas, trad. Tiago Szabo, Edições Ahab, Abril de 2011, p. 67.
Julio Ramón Ribeyro, in Prosas Apátridas, trad. Tiago Szabo, Edições Ahab, Abril de 2011, p. 67.
Roy Orbison - You Got It
Everytime I look into your loving eyes
I see a love that money just can't buy.
One look from you I drift away
I pray that you are here to stay.
CHORUS:
Anything you want you got it
Anything you need you got it
Anything at all you got it, baby
Everytime I hold you I begin to understand
Everything about you tells me I'm your man.
I live my life to be with you
No one can do the things you do.
CHORUS
I'm glad to give my love to you
I know you feel the way I do.
CHORUS 2x
sexta-feira, 6 de janeiro de 2012
A CELEBRIDADE É UM PLEBEÍSMO
A celebridade é um plebeísmo. Por isso deve ferir uma alma delicada. (...)
O homem que se torna célebre fica sem vida íntima: tornam-se de vidro as paredes da sua vida doméstica; é sempre como se fosse excessivo o seu traje; e aquelas suas mínimas acções – ridiculamente humanas às vezes – que ele quereria invisíveis, côa-as a lente da celebridade para espectaculosas pequenezes, com cuja evidência a sua alma se estraga ou se enfastia. É preciso ser muito grosseiro para se poder ser célebre à vontade. (...)
Todo o homem que merece ser célebre sabe que não vale a pena sê-lo. - Fernando Pessoa, 1915
O homem que se torna célebre fica sem vida íntima: tornam-se de vidro as paredes da sua vida doméstica; é sempre como se fosse excessivo o seu traje; e aquelas suas mínimas acções – ridiculamente humanas às vezes – que ele quereria invisíveis, côa-as a lente da celebridade para espectaculosas pequenezes, com cuja evidência a sua alma se estraga ou se enfastia. É preciso ser muito grosseiro para se poder ser célebre à vontade. (...)
Todo o homem que merece ser célebre sabe que não vale a pena sê-lo. - Fernando Pessoa, 1915
quinta-feira, 5 de janeiro de 2012
Anita O'Day- When Sunny Gets Blue
Anita's 'I Get A Kick Out Of You' album from 1975.
The pianist is Ronnell Bright. See his bio on allmusic.com
Joana Machado - When Sunny Gets Blue
Goethe
"Werde der du bist."
Goethe
Viagem
Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E da ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.
Fernando Pessoa
via
http://amata.anaroque.com/
Goethe
Viagem
Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E da ânsia de o conseguir!
Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.
Fernando Pessoa
via
http://amata.anaroque.com/
Gary Puckett & the Union Gap - This Girl Is a Woman Now
Gary Puckett and the Union Gap - This Girl Is a Woman Now (1969)
http://www.youtube.com/watch?v=tnb_289zNko
Martín y Soler - La Capricciosa Correta - Aria Polacca. La Donna ha Bell...
http://www.youtube.com/watch?v=WwiYvukvYdg&feature=related
★LA VIDA ES UN CARNAVAL ★ CELIA CRUZ.wmv
★LA VIDA ES UN CARNAVAL ★
Todo aquel que piense que la vida es desigual,
tiene que saber que no es asi,
que la vida es una hermosura, hay que vivirla.
Todo aquel que piense que esta solo y que esta mal,
tiene que saber que no es asi,
que en la vida no hay nadie solo, siempre hay alguien.
Ay, no ha que llorar, que la vida es un carnaval,
es mas bello vivir cantando.
Oh, oh, oh, Ay, no hay que llorar,
que la vida es un carnaval
y las penas se van cantando.
Todo aquel que piense que la vida siempre es cruel,
tiene que saber que no es asi,
que tan solo hay momentos malos, y todo pasa.
Todo aquel que piense que esto nunca va a cambiar,
tiene que saber que no es asi,
que al mal tiempo buena cara, y todo pasa.
Ay, no ha que llorar, que la vida es un carnaval,
es mas bello vivir cantando.
Oh, oh, oh, Ay, no hay que llorar,
que la vida es un carnaval
y las penas se van cantando.
Para aquellos que se quejan tanto.
Para aquellos que solo critican.
Para aquellos que usan las armas.
Para aquellos que nos contaminan.
Para aquellos que hacen la guerra.
Para aquellos que viven pecando.
Para aquellos nos maltratan.
Para aquellos que nos contagian.
http://www.youtube.com/watch?v=-6jwAaBJHZ8&feature=endscreen&NR=1
quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
(1911 - 2011 in 10 Minutes)
100 anos de história em 10 minutos
http://www.viralvideocenter.com Enjoy!
Compilation of the last 100 years.
Some important events are missing (juri gagarin, martin luther king, and some more...) in a few weeks i revise this video and add some events.
To not blow up the time frame, i had to leave out some more or less important events, i want to show.
Exclusive original recordings, except for ''14.Apr.1912 Sinking of Titanic''(movie) and ''31.Oct.1952 Explosion of the first hydrogen bomb (another explosion and not Ivy Mike)
1.Track: Hans Zimmer - Dark Knight - End Credits
2.Track: Hans Zimmer - Inception - The Dream Is Collapsing
3.Track: Hans Zimmer - Last Samurai - Final Charge
4.Track: Hans Zimmer - PoC Am Ende der Welt - One Day
Pat Metheny with Rita Marcotulli - "Don't Forget" 1996
http://www.youtube.com/watch?v=G7SqOd3VKRI&feature=youtu.be&a
Pat Metheny - And I Love Her (The Beatles)
http://www.youtube.com/watch?v=MYcZ6s3z1jg&feature=player_embedded
terça-feira, 3 de janeiro de 2012
Friedrich Nietzsche
"A moralidade é a melhor de todas as regras para orientar a humanidade. "Friedrich Nietzsche
Tatiana Nikolayeva plays Bach Goldberg Variations, BWV 988
00:00 - Alleluja, S.183/1 (1862)
03:40 - Ave Maria (d'Arcadelt) (1862)
07:40 - Klavierstuck in E Major, S.192/1 (1865)
10:04 - Klavierstuck in A flat Major, S.192/2 (1865)
http://www.youtube.com/newfranzferencliszt
http://www.youtube.com/watch?v=XVAl47CpwOQ&feature=related
Antonio Vivaldi Ostro picta,Gloria,Concerto Italiano,Rinaldo Alessandrini
http://www.youtube.com/watch?v=Zz1y4UmbhoY&feature=related
Cansons de Trobairitz,Hesperion XX Jordi Savall
http://en.wikipedia.org/wiki/Troubadour.
01. Vos que'm semblatz dels corals amadors [0:03:55.18]
02. Estat ai en greu cossirier [0:06:10.30]
03. Na Carenza al bel cors avinen [0:05:54.46]
04. Si us quer conselh, bel' ami'Alamanda [0:09:46.43]
05. Ab joi et ab joven m'apais [0:05:31.07]
06. A chantar m'er de so q'ieu no voldria [0:08:22.19]
07. S'anc fui belha ni prezada [0:10:24.06]
http://www.youtube.com/watch?v=_G100zdCWKQ&feature=related
Cansos de Trobairitz - Si us quer conselh_ bel'ami' - Jordi Savall -Code...
http://www.youtube.com/watch?v=egMNCKq1XCA
¡Que farem del pobre Joan! - Mateo Flecha "El Viejo" (1481 - 1553)
¡Que farem del pobre Joan! - Mateo Flecha "El Viejo" (1481 - 1553).
(Villancico. "Cancionero de Uppsala", S. XVI).
Intérprete: La Capella Reial de Catalunya - Director: Jordi Savall.
- Carlos Mena (Contratenor)
- Lambert Climent (Tenor)
- Francesc Garrigosa (Tenor)
- Daniele Carnovich (Bajo)
Imágenes: Fotografías de José Luis Mieza (España).
Letra:
¡Que farem del pobre Joan!
De la fararirunfan.
Sa muller se n' es anada,
¡Lloat sia Deu!
¿A hont la n' irem a sercar?.
De la fararirunfan.
A l' hostal de sa vehina.
¡Lloat sia Deu!
-Y digau lo meu vehí,
De la fararirunfi,
¿Ma muller, si l' haveu vista?
¡Lloat sia Deu!
- Per ma fe lo meu vehí,
De la fararirunfi,
tres jorns ha que no l´ he vista.
¡Lloat sia Deu!
(Esta nit ab mi sopá.)
De la fararirunfan.
Y en tant s' es transfigurada,
¡Lloat sia Deu!
Ell se' n torná a son hostal.
De la fararirunfan.
Trobá sos infans que ploran,
¡Lloat sia Deu!
- Non ploreu los meus infans.
De la fararirunfan.
¡Oh, mala dona, reprovada!
¡Lloat sia Deu!
[Traducción]:
¡Qué será del pobre Juan!
De la fararirunfan.
Su esposa se ha marchado,
¡Loado sea Dios!
¿Adonde la iremos a buscar?
De la fararirunfan.
A la casa de su vecina.
¡Loado sea Dios!
- Y dígame vecino mío,
De la fararirunfi,
¿Ha visto a mi mujer?
¡Loado sea Dios!
- Por mi fe, vecino mío,
De la fararirunfi,
tres días hace que no la he visto.
¡Loado sea Dios!
(Esta noche cenó conmigo)
De la fararirunfan.
Y en tanto, transfigurada,
¡Loado sea Dios!
Ella volvió a su casa.
De la fararirunfan.
Y encontró a sus hijos llorando.
¡Loado sea Dios!
- No lloreis, hijos míos.
De la fararirunfan.
¡Oh, mala mujer reprobada!
¡Loado sea Dios!
Mateo Flecha "el Viejo" (1481-1553), fue un compositor español renacentista, conocido principalmente por sus Ensaladas. Se le denomina «el Viejo» para diferenciarlo de su sobrino Mateo Flecha "el Jóven".
Nacido en 1481 en la localidad catalana de Prades. Posiblemente estudió música en Barcelona con Joan Castelló. En diciembre de 1522 comienza a trabajar en la Catedral de Lérida, primero como cantante y, a partir de septiembre de 1523 y hasta octubre de 1525, como maestro de capilla. Se cree que posteriormente se trasladó a Guadalajara, al servicio del Duque del Infantado Diego Hurtado de Mendoza, donde trabajó durante seis años.
Algunos indicios hacen pensar que después se trasladó a Valencia, donde asumió la dirección de la capilla del Duque de Calabria o, al menos, estuvo vinculado con los estamentos musicales de esta ciudad. De hecho, al menos tres de sus obras aparecen en el cancionero vinculado a dicha capilla (Cancionero del Duque de Calabria, también conocido como Cancionero de Uppsala).
Después se piensa que se trasladó a Sigüenza, donde también fue maestro de capilla, quizás de 1537 a 1539. De 1544 a 1548 ostentaría el mismo cargo en el castillo de Arévalo, en la capilla de las Infantas María y Juana de Castilla, las dos hermanas menores de Felipe II.
Más tarde, se hizo monje y entró en la Orden del Císter, residiendo en el Monasterio de Poblet, donde finalmente moriría en 1553.
El villancico humorístico "¡Que farem del pobre Joan!" nos cuenta la historia de una infidelidad. Rafael Mitjana comenta: "Forma un cuadro muy pintoresco, con sus toques realistas. Se dirían los comentarios de los concurrentes al patio de una casa de vecindad, acerca de un episodio algún tanto picaresco allí acaecido, que los chismosos sazonan con sus exclamaciones ¡Lloat sia Deu!".
El Cancionero de Uppsala, también conocido como Cancionero del Duque de Calabria o Cancionero de Venecia, es un libro que contiene villancicos españoles de la época renacentista.
El nombre real con el que el libro fue impreso es: "Villancicos de diversos autores, a dos, y a tres, y a quatro, y a cinco bozes, agora nuevamente corregidos. Ay mas ocho tonos de Canto llano, y ocho tonos de Canto de Organo para que puedam aprovechar los que a cantar començaren."
Fue recopilado en la corte de Fernando de Aragón, Duque de Calabria, en Valencia, y publicado en 1556, en Venecia, por Jerónimo Scotto, uno de los impresores más conocidos de su época.
El único ejemplar conocido de la edición fue encontrado hacia 1907, por el musicólogo y diplomático Rafael Mitjana, en Carolina Rediviva, biblioteca de la Universidad de Uppsala, en Suecia.
http://es.wikipedia.org/wiki/Mateo_Flecha_el_Viejo
http://es.wikipedia.org/wiki/Cancionero_de_Uppsala
http://ia700303.us.archive.org/18/items/cincuentaycuatro00mitjuoft/cincuentay...
http://www.youtube.com/watch?v=SwGH2GnqBb4
The Best 80's New Wave Music Mix Ever - Part 1 of 3
I know some of these songs might be from the 70's, but to me, they were what started the music of the 80's.
Song List:
My Sharona - The Knack
Whip It - Devo
One Way or Another - Blondie
Cars - Gary Newman
Sex - Berlin
Video Killed the Radio Star - The Buggles
99 Luft Baloons - Nena
Safety Dance - Men Without Hats
Pop Goes the World - Men Without Hats
Come On Eileen - Dexy's Midnight Runners
Tainted Love - Soft Cell
Fascination - Human League
Don't You Want Me Baby - Human League
Love Cats - The Cure
Goody Two Shoes - Adam Ant
I Know What Boys Like - The Waitresses
I Want Candy - Bow Wow Wow
We Got the Beat - The Go-Go's
Turning Japanese - The Vapors
All pictures are from our trip to California a few years ago.
1 ano
http://www.carolinajournal.com/jhdailyjournal/index.html
http://static.publico.pt/cincofamilias/
http://static.publico.pt/cincofamilias/
Grito Vagabundo
Viewing lyrics for Grito Vagabundo by Rogério Charraz.
Grito Vagabundo (Rogério Charraz)
Trago na memória algo para te dizer
Que o coração não cala e me faz doer
Os caminhos que trilhaste não fazem esquecer
Toda a essência que trazias dentro do teu ser
Tenho na cabeça tanto para te contar
Que a distância em que vivemos tratou de adiar
Sei que chegará o tempo de te reencontrar
Abraçar-te no meu peito e deixar-me ficar
Solta-se a voz cá do fundo
Grito vagabundo
Que deixaste em mim
Perco-me nesta revolta
Na lágrima solta
De um beijo sem fim
Guardo mais esta saudade em forma de canção
Que o meu peito arde forte nesta rouquidão
Busco força no consolo do teu coração
Que bate sempre que me sinto nesta solidão
Solta-se a voz cá do fundo
Grito vagabundo
Que deixaste em mim
Perco-me nesta revolta
Na lágrima solta
De um beijo sem fim
http://www.reverbnation.com/play_now/song_8643672#!/artist/song_details/8643642
A Chave
Viewing lyrics for A chave by Rogério Charraz.
A chave (que abria o amanhã)
Letra: Rogério Charraz e Nuno Pinheiro
Música: Rogério Charraz
Traz-me de volta esse olhar perdido
Não me revolta ser um Sol escondido
Não vás atrás do que às vezes digo
Faço de tudo para ficar contigo
Por puro acaso,
Verdade ou destino,
Ou qualquer poder divino
Encontrei enfim
A chave que abria o amanhã…
Traz-me de volta esse olhar perdido
Não me revolta ser um Sol escondido
Não vás atrás do que às vezes digo
Faço de tudo para ficar contigo
Renasce a luz
Na noite sombria
É a manhã que se anuncia
E era em ti que estava
A chave que abria o amanhã…
Traz-me de volta esse olhar perdido
Não me revolta ser um Sol escondido
Não vás atrás do que às vezes digo
Faço de tudo para ficar contigo
Arvo Pärt - Cantus in Memory of Benjamin Britten - Datenverarbeiter Video
http://en.wikipedia.org/wiki/Arvo_P%C3%A4rt
http://www.youtube.com/watch?v=TRZLxxR23K4&feature=player_embedded
LUCRETIUS: ATOMIC MOVEMENT
And now I’d like to show you how such tiny
Particulars are moving. Once atoms take shape
As something, no matter what it is, Nature
Will never allow it to rise without the help
Of something else. Nothing can lift itself.
Don’t let the hovering flame that seems composed
Of weightless particles fool you. All things are drawn
Inexorably to earth. And yet, we must also
Acknowledge that shining clusters of trees and crops
Have sprung from seeds, as if they were born to surge
Towards the sky. And just as a leaping flame
Can reach a roof-beam, and lick along the rafters
Until that voracious tongue devours the house,
So in the very same way a crimson spray
Of blood may gush from a wound, all but exultant
As it arches through the air. But don’t assume
That either the fire or the blood can ever do this
Spontaneously: they always need some other
Force to reinforce them. Haven’t you noticed
How powerfully a pool of water expels
Thick planks of wood? However many hands
Are shoving those planks down the water’s throat, the water
Insists on vomiting them back up at us—
As if it delighted in seeing the wood buoyant
Enough to break the surface by half a length.
(Though the wood could never have done this without the water.)
And yet, beyond a shadow of doubt, atoms
Are always streaming away, just dense enough
To sink in a vacuum, down and away they go
En masse through empty space. And fire, it stands
To reason, is no exception. Fire is a clear
Expression of something that strives to rise in the air
That shimmers around us. Yet light as fire is,
The weight of its atoms is heavy enough to drag
It down incessantly. Don’t you see how dark
The night would be without those blazing torches
Ascending the heavens? Yet even at the height
Of evening, their fiery wake only tracks the course
Laid out for them by Nature, from whose guidance
The torches of nightfall take their lead each night.
And when the night is over, isn’t it obvious
That all that’s left of all that impending gloom
Has dropped out of sight—along with all the stars
And the streaking meteors? As soon as the open fields
Have seen the light of day, the sun is already
Radiant enough to turn the farthest furrow
Golden by noon. And then the sun sinks back
To earth, as it must. Which only goes to show
That light, no matter how high it shines in the sky,
Is bound to descend, just like everything else.
Steeped in torrential rain, the lightning slants
Precipitously. But first it’s the glow of cloudburst,
Spreading like wildfire across the darkening sky
As it crackles overhead. Then the abrupt bolt
Flashes like rods of the fasces in thunder’s grip.
Lightning, as everyone should know by now,
Can strike at any place, and at any time.
Finally, there’s one more point regarding matter
That I wish to convey: even as atoms are falling
Through empty space, each one dropping down
Straight as a plumb line, and carried along by the pull
Of its own weight, at certain moments they swerve
Together ever so slightly, and though it’s just
Enough to say that a change in direction occurred,
There’s no predicting where and when it will happen.
And if this swerving never happened, then atoms
Would never collide with one another; and since
Creation depends on the unpredictable impact
Of colliding atoms, Nature would then have created
Nothing, though the atoms themselves would still
Be falling through empty space, falling like drops
Of rain falling by themselves forever.
Arvo Part - Magnificat
Music video of Arvo Part's Magnificat.
Video taken from:
http://www.archive.org/details/Miracleo1955
http://www.youtube.com/watch?v=TbxnnC22gwY&feature=related
segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
Como os jovens mudam o mundo
Ao volante do Chevrolet pela estrada de Sintra,
Ao luar e ao sonho, na estrada deserta,
Sozinho guio, guio quase devagar, e um pouco
Me parece, ou me forço um pouco para que me pareça,
Que sigo por outra estrada, por outro sonho, por outro mundo,
Que sigo sem haver Lisboa deixada ou Sintra a que ir ter,
Que sigo, e que mais haverá em seguir senão não parar mas seguir?
Vou passar a noite a Sintra por não poder passá-la em Lisboa,
Mas, quando chegar a Sintra, terei pena de não ter ficado em Lisboa.
Sempre esta inquietação sem propósito, sem nexo, sem consequência,
Sempre, sempre, sempre,
Esta angústia excessiva do espírito por coisa nenhuma,
Na estrada de Sintra, ou na estrada do sonho, ou na estrada da vida...
Maleável aos meus movimentos subconscientes do volante,
Galga sob mim comigo o automóvel que me emprestaram.
Sorrio do símbolo, ao pensar nele, e ao virar à direita.
Em quantas coisas que me emprestaram guio como minhas!
Quanto me emprestaram, ai de mim!, eu próprio sou!
À esquerda o casebre — sim, o casebre — à beira da estrada.
À direita o campo aberto, com a lua ao longe.
No pavimento térreo,
Sou qualquer coisa do príncipe de todo o coração de rapariga,
E ela me olhará de esguelha, pelos vidros, até à curva em que me perdi.
Deixarei sonhos atrás de mim, ou é o automóvel que os deixa?
Eu, guiador do automóvel emprestado, ou o automóvel emprestado que eu guio?
Na estrada de Sintra ao luar, na tristeza, ante os campos e a noite,
Guiando o Chevrolet emprestado desconsoladamente,
Perco-me na estrada futura, sumo-me na distância que alcanço,
E, num desejo terrível, súbito, violento, inconcebível,
Acelero...
Mas o meu coração ficou no monte de pedras, de que me desviei ao vê-lo sem vê-lo,
À porta do casebre,
O meu coração vazio,
O meu coração insatisfeito,
O meu coração mais humano do que eu, mais exacto que a vida.
Na estrada de Sintra, perto da meia-noite, ao luar, ao volante,
Na estrada de Sintra, que cansaço da própria imaginação,
Na estrada de Sintra, cada vez mais perto de Sintra,
Na estrada de Sintra, cada vez menos perto de mim
http://www.unesco.org/new/pt/unesco-courier/
http://www.unesco.org/new/en/
Ao luar e ao sonho, na estrada deserta,
Sozinho guio, guio quase devagar, e um pouco
Me parece, ou me forço um pouco para que me pareça,
Que sigo por outra estrada, por outro sonho, por outro mundo,
Que sigo sem haver Lisboa deixada ou Sintra a que ir ter,
Que sigo, e que mais haverá em seguir senão não parar mas seguir?
Vou passar a noite a Sintra por não poder passá-la em Lisboa,
Mas, quando chegar a Sintra, terei pena de não ter ficado em Lisboa.
Sempre esta inquietação sem propósito, sem nexo, sem consequência,
Sempre, sempre, sempre,
Esta angústia excessiva do espírito por coisa nenhuma,
Na estrada de Sintra, ou na estrada do sonho, ou na estrada da vida...
Maleável aos meus movimentos subconscientes do volante,
Galga sob mim comigo o automóvel que me emprestaram.
Sorrio do símbolo, ao pensar nele, e ao virar à direita.
Em quantas coisas que me emprestaram guio como minhas!
Quanto me emprestaram, ai de mim!, eu próprio sou!
À esquerda o casebre — sim, o casebre — à beira da estrada.
À direita o campo aberto, com a lua ao longe.
No pavimento térreo,
Sou qualquer coisa do príncipe de todo o coração de rapariga,
E ela me olhará de esguelha, pelos vidros, até à curva em que me perdi.
Deixarei sonhos atrás de mim, ou é o automóvel que os deixa?
Eu, guiador do automóvel emprestado, ou o automóvel emprestado que eu guio?
Na estrada de Sintra ao luar, na tristeza, ante os campos e a noite,
Guiando o Chevrolet emprestado desconsoladamente,
Perco-me na estrada futura, sumo-me na distância que alcanço,
E, num desejo terrível, súbito, violento, inconcebível,
Acelero...
Mas o meu coração ficou no monte de pedras, de que me desviei ao vê-lo sem vê-lo,
À porta do casebre,
O meu coração vazio,
O meu coração insatisfeito,
O meu coração mais humano do que eu, mais exacto que a vida.
Na estrada de Sintra, perto da meia-noite, ao luar, ao volante,
Na estrada de Sintra, que cansaço da própria imaginação,
Na estrada de Sintra, cada vez mais perto de Sintra,
Na estrada de Sintra, cada vez menos perto de mim
http://www.unesco.org/new/pt/unesco-courier/
http://www.unesco.org/new/en/
Ao volante do Chevrolet pela estrada de Sintra
Ao volante do Chevrolet pela estrada de Sintra,
Ao luar e ao sonho, na estrada deserta,
Sozinho guio, guio quase devagar, e um pouco
Me parece, ou me forço um pouco para que me pareça,
Que sigo por outra estrada, por outro sonho, por outro mundo,
Que sigo sem haver Lisboa deixada ou Sintra a que ir ter,
Que sigo, e que mais haverá em seguir senão não parar mas seguir?
Vou passar a noite a Sintra por não poder passá-la em Lisboa,
Mas, quando chegar a Sintra, terei pena de não ter ficado em Lisboa.
Sempre esta inquietação sem propósito, sem nexo, sem conseqüência,
Sempre, sempre, sempre,
Esta angústia excessiva do espírito por coisa nenhuma,
Na estrada de Sintra, ou na estrada do sonho, ou na estrada da vida...
Maieável aos meus movimentos subconscientes do volante,
Galga sob mim comigo o automóvel que me emprestaram.
Sorrio do símbolo, ao pensar nele, e ao virar à direita.
Em quantas coisas que me emprestaram eu sigo no mundo
Quantas coisas que me emprestaram guio como minhas!
Quanto me emprestaram, ai de mim!, eu próprio sou!
À esquerda o casebre — sim, o casebre — à beira da estrada
À direita o campo aberto, com a lua ao longe.
O automóvel, que parecia há pouco dar-me liberdade,
É agora uma coisa onde estou fechado
Que só posso conduzir se nele estiver fechado,
Que só domino se me incluir nele, se ele me incluir a mim.
À esquerda lá para trás o casebre modesto, mais que modesto.
A vida ali deve ser feliz, só porque não é a minha.
Se alguém me viu da janela do casebre, sonhará: Aquele é que é feliz.
Talvez à criança espreitando pelos vidros da janela do andar que está em cima
Fiquei (com o automóvel emprestado) como um sonho, uma fada real.
Talvez à rapariga que olhou, ouvindo o motor, pela janela da cozinha
No pavimento térreo,
Sou qualquer coisa do príncipe de todo o coração de rapariga,
E ela me olhará de esguelha, pelos vidros, até à curva em que me perdi.
Deixarei sonhos atrás de mim, ou é o automóvel que os deixa?
Eu, guiador do automóvel emprestado, ou o automóvel emprestado que eu guio?
Na estrada de Sintra ao luar, na tristeza, ante os campos e a noite,
Guiando o Chevrolet emprestado desconsoladamente,
Perco-me na estrada futura, sumo-me na distância que alcanço,
E, num desejo terrível, súbido, violento, inconcebível,
Acelero...
Mas o meu coração ficou no monte de pedras, de que me desviei ao vê-lo sem vê-lo,
À porta do casebre,
O meu coração vazio,
O meu coração insatisfeito,
O meu coração mais humano do que eu, mais exato que a vida.
Na estrada de Sintra, perto da meia-noite, ao luar, ao votante,
Na estrada de Sintra, que cansaço da própria imaginação,
Na estrada de Sintra, cada vez mais perto de Sintra,
Na estrada de Sintra, cada vez menos perto de mim...
11-05-1928
Álvaro de Campos
via
http://www.revista.agulha.nom.br/facam23.html
http://www.mlfonseca.net/2012/01/01/acesso-livre-sage-artigos-de-educacao-mais-lidos-em-2011/
http://www.slideshare.net/lmbg/algumas-dicas-para-o-uso-da-web
http://www.myspace.com/charles_chaplin/videos
http://dre.pt/pdf2s/2011/12/250000000/5094250947.pdf
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